Pare de falar com seu cachorro!

     Olá, pessoal! Hoje vim falar sobre a importância de diminuirmos o papo com os nossos cães.




 Vamos aos fatos: cães não falam. Eles podem, sim, associar palavras (curtas e médias) e pequenos conjuntos de comandos. A quantidade vai depender da raça e do treinamento do animal, mas vamos colocar uma média de 100, 150 comandos para um cão urbano comum sem treinamento.
Outro fato: os cães nos decifram 90% pela nossa linguagem corporal, e não falada. Ele sabe se você está triste, feliz, cansado ou estressado pelo seu cheiro, seus ombros, sua postura, seu suor, e por aí vai. Com isso, quando você aperta o botão da voz de bebê e começa a gritar alegremente com seu cachorro, ele não faz a mínima ideia do porque você está agindo daquela forma, mas que você está AGITADO, então espelha o seu comportamento.
Por quê a ênfase no agitado? Para alertar o seguinte: geralmente, oquê os donos alegam ser alegria, é agitação, excitação. Rabos abanando, orelhas em pé, latidos e choros são sinais de um animal agitado a ponto de sair do controle, e não necessariamente quer dizer que ele está feliz. Até porque, eu acabei de te dizer, que ele não sabe se o motivo de você pular e bater palma é felicidade ou agitação, então ele fica confuso e te acompanha.
 E é exatamente por isso que devemos repensar nossos intermináveis diálogos com nossos cachorros: na maior parte das vezes, só deixamos os cães confusos, agitados e estressados. Já vi cães que fazem xixi, que gritam, e os donos orgulhosos por ele estar "feliz demais", quando na realidade o animal está a beira de um colapso nervoso. E esta energia que você potencializa agindo desta forma, é a energia que causa problemas de comportamento. Este cão vai procurar alguma coisa para descarregar: vai fazer xixi no lugar errado por estar muito tenso, vai morder um objeto para tirar o nervosismo, vai latir para qualquer estímulo, enfim: cães que conversam com os donos são cães ansiosos, fora de controle e confusos. 
 Eu já comentei anteriormente, a ideal forma de interagir com seu cão, caso seja de seu interesse, uma rápida reflexão a respeito. Mas, deixo aqui minha orientação: procure se comunicar com seu cachorro da forma que ele não fique confuso. Não torture seu amigo colocando mais informação do que ele pode processar. Interaja de forma construtiva: passeie, brinque, treine comandos básicos, e guarde as fofocas do dia para seus amigos humanos, ou para aquele momento relaxante no sofá, depois de ter gasto a energia do seu peludo.
 Não estou dizendo que não pode falar, em hipótese alguma, com seu cachorro. Mas sim para repensar se tudo o que diz terá valor para o cão, e não apenas para você. Ao falar com seu cachorro, mantenha a voz serena, baixa, e procure os momentos calmos.
"Mas Bia, eu gosto de cães felizes, alegres, correndo, latindo!". Não, não gosta. Primeiramente, eu já expliquei que cães nesta condição não são necessariamente felizes, um cão feliz é um cachorro cansado e calmo. E eu tenho certeza que você não gosta, pois 90% dos chamados de tutores para adestradores incluem estes comportamentos: meu cão late muito, meu cão me puxa, meu cão pula em mim, ele chora quando saio de casa. E da onde vem tudo isso? Bom, tudo começa com "quem é o menino mais bonito, inteligente, cheiroso e fofinho da mamãe?é você, é você é sim, é você!".
 Sei que temos este vício, mas acreditem, quanto mais cedo corrermos atrás de corrigir este hábito, nossas vidas com nossos filhos de quatro patas será muito melhor. Para ele, principalmente.

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- Beatriz.

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